domingo, 6 de janeiro de 2013

Paradoxo

Olhei para o relógio de parede. Era lindo, porém não parecia funcionar já a algum tempo. Estava com os ponteiros parados em duas e cinquenta e oito. Estava a cinco passos da porta, cheguei até lá em total transe: não sabia mais o que era e não era real. "Estou delirando" pensei. Abri a porta, andei por um corredor estreito com várias fotografias da vida de alguém que nunca havia visto.

Juro que não me recordava como havia parado ali, porém confesso que meu instinto de curiosidade estava aguçado nesse dia. Resolvi ir até a sala de estar, ver se encontrava alguém que fizesse com que tudo se encaixasse e como eu havia de ter parado ali.

Tudo o que vi foi um sofá com almofadas floridas, bonitas porém desbotadas. Vi uma vitrola empoeirada, uma janela grande, um radinho de pilha, vinis da The Andrews Sisters e uma cadeira de balanço. 

Fiquei lá um pouco e pensei "não era assim que eu imaginava que tudo terminaria". Olhei lá para fora e percebi que isso deveria ser um sonho, não podia ser possível. Resolvi sair, ir embora daquele lugar infestado de memórias. De quê adiantaria eu ficar lá para observar mais coisas? Ao passo que eu via de tudo, não via de nada ao mesmo tempo.

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