sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Pedidos

Avenida Paulista, São Paulo. Milhares de pessoas festejando nas ruas ocupando a avenida inteira. Olhei pro céu e vi provavelmente os mais lindos fogos de artifício possíveis, aquele sentimento tava tomando conta de...
"Vamos! Faça um pedido!" disse para mim uma moça sorridente.
"Er... ok..." Disse eu um tanto quanto de uma maneira desajeitada. Voltei a realidade do Ano Novo... tava quase sonhando acordado.
Enfim, tudo durou uns 20 segundos em que eu de verdade considerei a possibilidade de pedir algo para o novo ano sem obviamente deixar na cara que estava pensando.
Primeiro pensei em pedir dinheiro, até aí acho que normal né? A maioria das pessoas pedem todos os anos dinheiro ou um emprego novo, muito justo. Há o costume ainda das pessoas colocarem uma folha de louro na carteira para "chamar dinheiro". Bom, quanto a isso já não acreditava mais. Achei que "pedir dinheiro" era um tanto quanto irrealista de acontecer.
Depois pensei em amor, ou uma namorada, alguém, entendam como quiser. Mais isso é algo complicadíssimo de acontecer para o "deus do ano novo" me conceder. Além do mais nem precisava mesmo, pensei em pedir "mais amor" ou que tudo continue do jeito que está.
Aí me veio o consumo: casa, apartamento, carro, smartphone... os de sempre. Mas isso é só o que quero obter e para isso preciso de um dinheiro que por acaso nem Papai Noel ou Ano Novo irá me dar de presente.
Eu pensei em "saúde" porque todo mundo pede também. Enfim, não que eu não deseje ter uma saúde perfeita mas duvidaria muito que minha saúde "do nada" ficasse melhor.
Por último também pensei em algo que todo mundo pede, fala e até se veste com a cor que o Ano Novo a representa: a paz. Bom, paz para quem afinal? Não sou hipócrita, todo mundo sabe que a paz que você finge desejar no Ano Novo já vira a discussão da semana seguinte. E a época de eu pensar em "Paz Mundial" já passou faz tempo.

Parei em meio a multidão e surgiu um sorriso no meu rosto como se viesse a resposta a minha cabeça: Desejei algo que ninguém desejaria de Ano Novo, algo tão insubstituível que as pessoas em sua maioria mal percebem: Desejei que tudo continue do jeito que está. Que tudo fique do jeito que sempre foi, e que eu tenha serenidade para que eu mesmo conduza minha vida para procurar ter tudo que ela me falta no meu tempo,da minha maneira. Até porque... pensando bem... ainda bem que pedidos e desejos para o ano novo não passa de superstições... né? Me deixe-a trilhar com meus próprios esforços que ela irá bem melhor.

Olhei de novo para o céu, para as pessoas e para meus amigos ao meu lado. Sabe quando o presente é melhor do que o sonho? Então, foi nesse Ano Novo que pude afirmar isso.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Felicidade

Você se considera feliz? Se sim, meus parabéns. Se não, uma pena né? Bom, muito bem então. Espere alguns segundos, leia de novo mais atentamente essa linha e tente responder: você se considera uma pessoa feliz? Hm, sua resposta mudou né? (ou não). Se mudou tão repentinamente, talvez seja porque todo dia costumamos ter respostas programadas para perguntas rotineiras com o propósito da não-socialização de um problema. Exemplificando: "Como vai você? Bem e você?", ou "não tenho novidades".

Enfim, talvez seja por isso, ou talvez sua resposta para a pergunta no começo deste post ter mudado por um simples fato: "Feliz" é algo complexo demais.

O que faz uma pessoa feliz é a quantidade de seu tempo em vida que esta pessoa tem de experiências boas e que tem boas recordações. Mas uma pessoa feliz, aliás qualquer pessoa que se considere feliz esteve ou está triste agora, não sei pode acontecer. Não estar feliz agora não quer dizer que a vida desta pessoa não gire em torno da felicidade, até porque a "felicidade eterna" que todos nós fomos criados e ensinados a obter-la não existe. Isso tá mais é pra consumismo mesmo.

Porque existe esta importância tão grande em "buscar felicidade" que as pessoas tem? Felicidade vem, vai e vem de novo! A felicidade, aquilo que deixa você feliz está sempre ali, seja no passado em forma de lembranças ou presente mesmo. Quanto mais você tenta ser feliz mais vai percebendo que a felicidade vem em momentos inesperados.

Enfim, felicidade é algo tão engraçado que se você parar pra pensar ela é algo muito subjetiva e delicada. Então pare de tentar ir em busca te algo tão tosco quanto felicidade, porque felicidade em si não vale nada. O que você chama de "estou em busca da felicidade" você está indo "em busca de quem te faz feliz" e nem percebe.

Mas tirando o contexto filosófico que aqui introduzi, eu digo que eu sou feliz sim, e que o mais importante não é "querer ser feliz" e sim "procurar estar feliz".

Conclusão: Não vá em busca da felicidade, ela está sempre ali. Depende só do ângulo que você a categoriza como "o que é feliz para mim", mas sim, ela está ali.















PS: Vou dormir na incerteza de que este post fez algum sentido mas ok.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Você

Você
Hoje eu decidi escrever sobre você
Em plena madrugada fiquei pensando sobre o que você gostaria de ler
Aqueles momentos nossos tão inesquecíveis
Nossas juras de amor
Juras do nosso amor

Penso como deve ser complicado estar sempre ao meu lado
Como deve ser difícil me aguentar às vezes
Mas você não só me aguenta como pede mais
Me quer a todo momento, em todos os momentos
Assim como em todos os momentos, eu só quero você

Hoje, estou aqui escolhendo cuidadosamente o que falar
Como me referir ao nosso amor, alguma palavra que expresse o que sinto
Não consigo te responder, me ajude a procurar
Desde que eu esteja ao seu lado tudo será possível
Porque a minha vida gira em torno de nós
Não, melhor... acho que minha vida gira em torno de
Você

domingo, 11 de dezembro de 2011

O Homem que Nunca Existiu

Chuva. Começou derrepente e quando percebi já estava caindo o maior temporal. Foi quando comecei a me dar conta da falta que a vida me fazia. Olhei pra mim mesmo: estava ficando ensopado e mesmo assim ainda parado, por vezes andando vagamente entre as ruas. Vejo praças, prédios, lojas, pessoas, cachorros. Vejo tudo... ouço tudo. As pessoas rapidamente foram abrindo seus guardas-chuvas e outras andando rapidamente em busca de abrigo. Olhei pro céu: o tempo nublado ainda tendo em vista um princípio de lusco-fusco ainda deixavam aquele final de tarde ainda mais deprimente. Afinal, quem sou eu? Eu existo mesmo ou isto é um sonho?

Eu decidi andar até uma cobertura próxima para me abrigar da chuva. Comecei a pensar em "casa". Eu queria ir para casa porque é o lugar onde me sinto protegido, mas nem sabia se tinha uma... Não tinha nenhum tipo de conexão com ninguém. Não tinha família, sequer amigos ou namorada. Não conhecia ninguém, ninguém me conhecia também e tampouco queria conhecer. De verdade.

Pra mim as pessoas são tão interessantes quando um café morno. Não tinha memória, não sabia sequer se tinha uma identidade. Tudo que eu tinha era aquele sábado. Aquele propósito de procurar entender melhor o comportamento humano para evitar cometer erros que eu sequer sabiam quais eram. Só queria viver, viver e sentir todo tipo de emoção que a vida proporciona mas eu não vivia mais.

A chuva ficou mais fraca, puxei o capus e comecei a andar ao que me pareceu ser uma grande avenida. As pessoas iam e viam e eu sentia que elas deviam estar demasiadas ocupadas para mim. Com sacolas de compras e celulares a mostra, todos pareciam estar com alguma preocupação em mente.

"Que horas são?" era o pensamento do minuto. Olhei, procurei contato visual, pirragueei, chamei, falei, gritei. Ia propositalmente ao encontro das pessoas e percebia que nada acontecia, era como se eu "atravessasse" elas. Não adiantasse o que eu tentava fazer era como se eu não estivesse lá...

Eu não existo. Não consigo me conformar com isso, como assim eu "não existo"? Eu penso, falo, ajo, mas isso não me parece o bastante... Eu existo sim! Existo! Existo... Droga. Devo ser invisível, ou o mundo está invisível de mim. Nunca pensei que eu iria falar isso mas... como eu queria contato humano! De verdade. Iria me sentir mais "humano", mais "gente", mais "sentimental"...

E ser um "ser humano" é bom afinal de contas? Porque pra mim não é, porque eu sou invisível e incomunicável. Mas serei eu, o único que é assim? Com certeza não.

Sou um indivíduo sitiado afinal de contas. Sou um prisioneiro da própria sociedade. Sou, ou me tornei alguém que eu não gostaria que fosse. Se é que sou um.

Ser incomunicável com os outros deve ser pra lá de chato e deprimente. Mas pelo menos sou invisível, pra ninguém olhar pra mim e expressar repúdio, pena, caridade por mim porque afinal de contas eu não me visto e nem cheiro mal, muito obrigado, imagina só a quantidade de pessoas que sequer devem existir de verdade? Pessoas que moram em locais inacessíveis, ou que sequer tem onde morar ou que vivem dos outros ou dos que vivem em asilos tendo apenas a sua história e seus conhecimentos como item de mais valor. Até porque, se um dia eu não descobrir o que a vida é, eu diria que acharei que é uma busca eterna de adquirir conhecimentos, histórias e sua sobrevivência.

Parei de andar, já é umas sete da noite e a avenida toda está iluminada. Sentei a um banco próximo e voltei a olhar para as pessoas que passavam em frente de mim. Pensei sobre as cinco faces que qualquer pessoa sente quando sabe que vai morrer: A negação, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação. Eu me aceitei.

Nunca ninguém vai saber que eu existo, nunca ninguém vai falar comigo, nunca ninguém vai me fazer sentir algo que não goste. Eu sou incomunicável e também invisível, mas quer saber de uma coisa? Que sorte a minha que sou invisível. Que privilégio o meu que sou assim, porque afinal de contas, quem não gostaria de ser um às vezes né?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Propósito

05:32 da manhã, mais um dia está começando. Ou ainda fim de madrugada, sei lá. Acordei e pelo visto não irei mais conseguir dormir. Vou ficar na cama, os pensamentos da noite anterior ainda estão muito vívidos na minha mente. Hm, pois bem, meio tonto e cansado ainda, o meu dia começa assim. Não sei se pareço um velho relatando ele mais talvez deve ser. Hoje acordei com uma súbita dúvida milenar na minha cabeça muito de repente. Qual será o tal do propósito da vida?

"Bah, tanto faz", o que importa é que estou aqui respirando, enxergando, ouvindo, andando, enfim: estou vivo. Mas o quão bizarro seria isso? Viver dia após dia apenas com a certeza que haverá um amanhã melhor, um amanhã de paz, alguns amanhãs vividos intensamente... Mas o amanhã nunca irá chegar. O "amanhã" é apenas uma meta na'qual você tem que vivê-lo. Seja um dia bom ou não. Porque o "hoje" acaba? Porque há de se começar um outro dia sem acabar o último? Simplesmente não temos escolha.

Morar em um país religioso e ainda com preconceitos, há de se ter certa restrição dos pensamentos. Pensar, imaginar, ter suposições é algo sujeito a censura imposta pela sociedade. Refutar teses, doutrinas, dogmas então nem se fala. Pois bem, o que posso esperar deste novo dia? Quisera eu que todos os dias fossem iguais aos outros e que todos os dias fossem um mais cativantes que os outros. Vivemos minuto por minuto, hora por hora, dia após dia, mês após mês, ano após ano, até morremos e será assim.

Mas porque é assim? Que vida maravilhosa e desgraçada é essa que faz nós sermos nós mesmos todos os dias pra sempre? Bom, como poderia eu achar ou procurar entender essas questões? Ir ao lugar onde outros seres humanos tentam atribuir tudo a deus todas as perguntas deste Universo? Definitivamente não. Porque são essas questões, que por mais malucas e incríveis que são, estão ali para nos dizer que sempre foi, é e sempre será de um jeito que nunca saberemos.

Estou sozinho, bom, o Sol está raiando e mais um dia está começando. Liguei a TV no noticiário e sinto que mais um dia vai começar, mais um dia de "hoje" está começando. Olho pra cama em busca de consolo. Talvez mais uns minutinhos dormindo...

Como poderei fazer deste dia um dia significativo? Não um dia perdido, apenas mais um entre tantos dias importantes. Bom, chega, são 06:22 e o café tá começando a esfriar.
Enfim, bom dia a todos que apenas mais um dia está começando.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Memórias

Sol que vem e que vai, Sol que sempre ficará.
Chuva que vem e que vai, chuva da qual nunca esquecerá.
Palavras que chegam e que se esvai, palavras que nunca se apagarão.
Lágrimas que caem e que secam, lágrimas que nem mais sei pra quem são.

Sorrisos aquecidos, Os melhores que já vi eu me apaixonei.
Sorrisos congelados, Para fingir que está bem eu me expressei.

Amigos que vem e que vão, Amigos que sempre serão amados.
Momentos que vem e que passam, Momentos que sempre serão lembrados.
Memórias que se perdem e que ficam, Memórias que sempre guardarei.
Sonhos que tive e que terei, Nos seus sonhos nunca morrerei.

Sorrisos aquecidos, Em meu coração sempre estará.
Sorrisos congelados, Que atrás o tempo jamais voltará.